Em fevereiro, uma pesquisa publicada pela MIT Technology Review afirmava que **80% das empresas brasileiras** desejariam manter parte de suas equipes em home office mesmo após o fim da pandemia. Este percentual – construído com dados levantados junto a 1.400 executivos de companhias do País – revela uma das maiores e mais relevantes mudanças na vida do planeta pós-Covid: o trabalho remoto.
É fato: o hábito de usar máscara e higienizar as mãos com álcool gel nunca mais deixará a rotina das pessoas, assim como o home office não desaparecerá do dia a dia das empresas. Outro dado do mesmo estudo indicou que **93,5% dos profissionais desejam ter uma jornada híbrida de trabalho** – parte em casa, parte no escritório – a partir de agora.
Essa conjunção entre o novo modo de trabalhar adotado pelas companhias e a percepção positiva por parte das pessoas sobre a prática gerou um “novo normal” que deve ser mantido a partir deste ano. Entretanto, há um desafio embutido no processo: **como realizar essa transição de forma segura, ágil, controlada e a um custo financeiro possível?**
Barreira tecnológica
Ainda em 2020, a Fundação Instituto de Administração (FIA) já alertava para os problemas que as empresas estavam enfrentando ao direcionar suas forças produtivas para o trabalho remoto. Em estudo realizado em abril daquele ano, 67% das 139 companhias ouvidas disseram ter enfrentado grandes dificuldades na implementação do home office. E as principais barreiras estavam associadas à tecnologia.
Para 34% delas, foi o **acesso remoto a documentos e sistemas da empresa** o que mais atrapalhou na migração. Outros 28% indicaram **problemas da infraestrutura de TI** do colaborador em casa. A qualidade da **conexão de internet** foi sensível para 11% dos pesquisados.
As barreiras mencionadas no relatório da FIA demonstram a importância de se investir em tecnologia para a resolução destes pontos críticos em um momento de transição como o atual.
A empresa de cibersegurança americana Fortinet publicou em meados do ano passado que 90% das empresas dos Estados Unidos que adotaram o home office estavam determinadas a mobilizar grandes parcelas de seus orçamentos para o aprimoramento de suas infraestruturas de TI para suportar o home office. Só em medidas de proteção e segurança, o montante chegaria a aproximadamente US$ 250 milhões ainda no segundo semestre de 2020.
Segurança é, aliás, um dos pontos mais sensíveis da adoção do trabalho remoto. Mas não o único. A agilidade essencial para a implantação dos sistemas adaptados, um maior controle sobre o fluxo do trabalho realizado à distância e o custo financeiro implícito na criação desta estrutura tecnológica para atender ao *second office* formam a base da preocupação de CEOs e CIOs neste momento de definição sobre o novo trabalho.
Como garantir que tudo ocorra bem mesmo de longe, com os sistemas funcionando estáveis e protegidos, a produtividade seja mantida, os funcionários permaneçam engajados? Eis a questão.
Desktop virtualizado
Se grande parte das inquietações tem raiz tecnológica, é a própria tecnologia que propõe a solução. Nos últimos anos, a chamada **infraestrutura de desktop virtual** (VDI, em inglês) tem se mostrado uma ferramenta eficiente para empresas e organizações cuja demanda por mobilidade dos colaboradores é alta.
O VDI é uma suíte tecnológica que habilita a gestão de desktops virtuais usando VMs. Eles são gerenciados de forma centralizada em infraestruturas virtualizadas e têm atuação *on demand.* Isso permite às empresas a ter suporte para usar mobilidade e acesso remoto dos empregados. Ajuda também a gerenciar os fluxos de trabalho digitais com medidas de gestão e de segurança avançadas.
A infraestrutura de desktop virtualizado pode ser segmentada com base no tipo de implementação (on premise ou cloud privada), de usuário final e por vertical de atividade (telecom, transporte, mídia, governo, etc). Outra vantagem é a sua elasticidade: a estrutura pode ser expandida ou reduzida conforme a necessidade do cliente, de forma rápida e sem ônus.
Na prática, o VDI permite acesso remoto dos funcionários a um sistema centralizado, de alta capacidade de processamento e elevado nível de segurança, sendo que, para isso, basta contar com um device simples e uma boa conexão com a internet. De qualquer lugar do mundo.
A solução vem impulsionada nos últimos anos pelo desenvolvimento de novas tecnologias como o 5G, o IoT (internet das coisas) e pelo conceito BYOD (Bring Your Own Device), que resume a vontade dos profissionais por mais liberdade e independência no trabalho.
Mais mobilidade, segurança, gestão eficiente e redução de custos. Investir em tecnologia e infraestrutura é fundamental para empresas e organizações, ainda mais neste momento de consolidação do trabalho no novo normal.