Cloud privada: benefícios e aplicações – Episódio 13

O que levar em consideração na hora de definir a infraestrutura de cloud privada em sua empresa ou organização?Para responder a esta pergunta e tirar todas as dúvidas sobre o tema, convidamos um trio de especialistas no assunto da green4T: Carlos Eduardo Chicaroni, Gerente de Soluções de Tecnologia, Carlos Eduardo Dumard, também Gerente de Soluções de Tecnologia, e Leonardo Andrade, Arquiteto de Infraestrutura de TI. Confira nesta edição especial do podcast greenTALKS.

Cloud privada: benefícios e aplicações – Episódio 13

Olá, seja bem-vindo ao **greenTALKS**, mais um canal de comunicação e conteúdo da green4T. Este podcast está disponível no Spotify, em nosso canal no YouTube e também em nossas mídias sociais.

Me chamo Fabiano Mazzei e sou jornalista na green4T. Esta é a décima terceira edição do podcast e o assunto de hoje é **Cloud Privada – benefícios e aplicações** de uma solução que vem ganhando destaque na indústria de TI.

Esta é uma edição especial do podcast onde contaremos com três especialistas para comentar o tema.

A gente começa com **Carlos Eduardo Chicaroni**, Gerente de Soluções de Tecnologia na green4T, com **Carlos Eduardo Dumard**, também Gerente de Soluções de Tecnologia no grupo, e **Leonardo Andrade**, Arquiteto de Infraestrutura de TI.

**Fabiano:** Pessoal, muito obrigado pela presença de vocês todos aqui no podcast.

**Carlos Eduardo Chicaroni:** Obrigado, Fabiano, a gente que agradece mais uma vez em estar aqui com o time e, em especial, essa edição com os três juntos, os senhores do “porão da tecnologia”, isso é muito sensacional!

**Carlos Eduardo Dumard: ** Fabiano, agradeço mais uma vez a oportunidade de participar do podcast, e é uma honra estar aqui com estas mentes, Cadu Chicaroni e Leonardo Andrade. Muito obrigado!

**Leonardo Andrade: ** Satisfação, Fabiano, em participar do nosso podcast e encontrar nossos grandes amigos aí, os “Cadus”.

**Fabiano: ** Maravilha! E já que você, Léo, é o estreante, quem começa respondendo é você: na sua visão, **qual é o conceito da ‘cloud privada’? **

**Leonardo: ** Perfeito. Eu identifico que o mercado ainda possui algumas dúvidas sobre o que realmente significa este termo, como a nuvem privada é composta, qual o tipo de arquitetura, suas características e o que a define.

Na minha visão, a nuvem privada é um dos modelos possíveis – e, no meu ponto de vista, um dos melhores para se trabalhar com a computação em nuvem – porque este modelo nos promove maior **exclusividade, capacidade, personalização,** fornece uma opção de trabalhar com uma computação de **alto desempenho** na nuvem e possui maiores requisitos de **segurança** para o cliente.

Mas essas características também são valores de nuvens públicas? Se olharmos superficialmente, num primeiro momento diríamos que sim. Entretanto, quando a gente se aprofunda um pouco mais tecnicamente e analisa os detalhes com mais calma, a gente percebe que as ofertas padrão de nuvem pública não coadunam com as premissas que compõem a classificação de uma nuvem privada.

A nuvem pública tem alguns valores parecidos mas não chega a atender a requisitos muito específicos. Essa é a minha visão do conceito de nuvem privada.

**Dumard: ** Só fazendo um adendo a essa visão do Leonardo, a nuvem privada – apesar de conter o termo “privado” – não especificamente precisa estar em um ambiente *on premise.* Pode estar em um ambiente *off premise* desde que os recursos destinados para aquele objetivo sejam privativos. Ou seja, para aquele determinado cliente ou infraestrutura de cloud, digamos assim.

**Fabiano:** Muito bem, vamos para a segunda pergunta então: quais são as vantagens do modelo e em quais circunstâncias este modelo é mais adequado, é melhor aplicado? Vamos começar com você, Chicaroni?

**Chicaroni:** Bom, a nuvem privada traz uma série de vantagens sobre a nuvem pública. No meu modo de ver – e depois a gente consegue falar aqui com o Léo e com o Cadu Dumard para enriquecer essa visão – a nuvem privada começa dando **maior sustentabilidade** ao nosso ambiente, uma vez que está *on premise,* a gente obtém **maior controle** e não só do teu recurso; a gente garante toda a performance que precisa para operação daquele negócio; garante um **maior nível de segurança,** uma vez que a gente não está compartilhando essa infraestrutura com absolutamente ninguém, que é o que acontece na nuvem pública. Você está comprando um serviço, um espaço dentro de um servidor – a gente não pode esquecer que uma “nuvem” nada mais é que um bando de servidores rodando hypervisors distintos – compartilhando recursos com outros clientes.

Então, quando a gente tem isso “dentro de casa”, a gente consegue cercar esses assuntos de uma maneira muito eficaz. É ter **total controle do teu ambiente,** entregando todas as facilidades que uma nuvem pública entregaria: como entregar recursos, escalabilidade, elasticidade – porque a sua infraestrutura vai ser dimensionada para rodar o que você precisa mais um recurso de folga e, então, no período sazonal você consegue entregar mais serviço, mais capacidade de processamento e armazenamento, e depois, quando isso não é mais utilizado, você retorna isso para dentro de um pool para ser usado em um outro momento.

**Dumard:** Então, uma das vantagens também do modelo de se iniciar com uma cloud privada é você promover efetivamente o que a gente chama de *”Cloudfication”* da infraestrutura: partir de um modelo quiça virtualizado, mas ainda não com uma aderência tão completa em cima de um ambiente de cloud, com gestão de recursos no modelo de cloud, é uma vantagem e já prepara a tua infraestrutura para trabalhar de maneira híbrida. Inclusive multicloud.

Aliás, seria legal fazer um adendo: hoje muito se pergunta o que seria *hybrid cloud,* multicloud e cloud. Quando a gente fala de multicloud, a gente se refere a clouds distintas. *Hybrid cloud* é sobre uma interoperabilidade entre estes ambiente de cloud. Então, você iniciar com uma cloud privada já facilita e te prepara um caminho para se partir para um ambiente *hybrid* ou multicloud.

**Chicaroni:** Pegando o seu gancho, então, a gente tem muitas soluções de edge. Com a nuvem privada, a gente consegue trazer essa infraestrutura, essas facilidades e a gente começar a trazer o legado para dentro dela – fazer essa migração paulatinamente – e, aí, soluções que a gente tem de trabalhar com **edge,** a gente expande esse conceito da nuvem, mantendo ela privada, mantendo nossas infraestruturas e conectividade, mas lá na ponta eu começo a ter isso de forma híbrida: eu tenho o *on premise* lá na pontinha, eu tenho a nuvem privada tomando conta de tudo e aí a gente faz essa interligação. É mais ou menos isso que você está falando, Dumard, certo?

**Dumard:** É exatamente isso. A cloud privada pode **coexistir** em todas essas infraestruturas híbridas que uma empresa ou instituição detenha, tanto em **edge** como no **core**, enfim. Ela permeia toda essa infraestrutura de tecnologia sendo efetivamente um **ambiente híbrido.**

**Fabiano:** Dumard, aproveitando então o seu gancho, quais seriam esses **benefícios da nuvem privada** para uma infraestrutura híbrida?

**Dumard:** Eu acho que, hoje, pensar de maneira híbrida é fundamental. A gente fez um podcast que, inclusive, a gente comentou sobre este tema [(Clique aqui para acessar o Episódio 10 – Infraestrutura Digital – Carlos Eduardo Dumard)]( https://open.spotify.com/episode/03WTk1eSSIgEH11D8NITV8) e o benefício é justamente este: uma vez que você viabilizou o seu caminho para uma infraestrutura de nuvem privada, trabalhar com infraestruturas híbridas facilita a **coexistência e interoperabilidade entre estes ambientes,** como o transbordo e a estruturação de resiliência em cima desse modelo de infraestrutura.

Então, os benefícios de se trabalhar com uma infraestrutura híbrida – estruturada com um modelo de cloud – traz **velocidade, escalabilidade e resiliência** para as operações de TI.

**Leonardo:** Concordo com a visão do Dumard e do Chicaroni, e gostaria de frisar para quem nos acompanha é que uma das características principais deste modelo é o isolamento de recursos. Óbvio, pode haver a disposição de alguns serviços de forma pública – para a internet ou atender requerimentos de parceiros e clientes –, contudo, toda a gestão de uma nuvem privada é isolada. E você consegue a partir disso **mitigar alguns problemas de segurança,** atender alguns requisitos interessantes e importantes para os setores.

Nada impede que você consiga mesclar o seu modelo – infraestrutura tradicional, nuvem privada, pública, contudo, mantendo o isolamento dessas camadas, desses ambientes. Isso é importante frisar. E a cloud privada já nasce com esse viés da **segurança, personalização, isolamento.** Ela tem um planejamento diferenciado.

**Fabiano:** Para aproveitar esse seu gancho então, Leonardo, tem essa dúvida muito comum: **o que é mais seguro, nuvem pública ou privada?** Como é que você pode ajudar quem nos acompanha a entender isso melhor?

**Leonardo:** Excelente colocação, Fabiano. **As nuvens privadas são mais seguras.** Como podemos afirmar? Existe um planejamento, uma arquitetura, ela atende a determinadas normas que a nuvem pública pode atender também, contudo, elas deixam de ser uma oferta padrão. Por isso, são menos atrativas do ponto de vista financeiro. E existe um outro ponto dentro disso.

Quando o planejamento está sendo feito, se pública ou privada, é preciso ter em mente que a cloud pública é uma nuvem de terceiro: não foi desenvolvida junto com você. É uma oferta padrão de um player que está fazendo o provimento dos recursos, o que pode mudar de acordo com as regras dele, dependendo do país onde estiver, conforme as normas governamentais, institucionais e jurídicas do país.

Pegando o gancho no comentário do Dumard, de contar com este serviço dentro de casa ou de um parceiro como a green4T, ele vai ter todo este planejamento junto conosco. Nós vamos **entender o negócio do cliente, de suas necessidades, das normas locais de segurança** que ele tem de cumprir. Então, ele terá maior confiabilidade neste aspecto, o que eleva bastante o patamar de segurança, ao contar com um controle maior do que está acontecendo e não de algo que está super distante. A nuvem privada não precisa estar dentro de casa, embora tenhamos a questão do *Cloudfication,* mas a diferença está nisso: a segurança de se estar assistindo o que é feito e na outra opção, de apenas confiar de que alguém fez.

**Chicaroni:** Eu só queria pegar um gancho aqui do Léo que ele explanou muito bem e que é extremamente importante: na nuvem pública você está partilhando o seu ambiente e você pode ter feito tudo certo para se proteger, mas e o meu vizinho?

Não é incomum você encontrar relatos na internet sobre a empresa que foi vazada, foi hackeada, porque o vizinho do lado não estava protegido. O hacker conseguiu o acesso por esta empresa e acabou entrando no meu contêiner lá na nuvem pública.

**Leonardo:** É uma oferta padrão. Se você tem um sistema de gestão de segurança e o provedor da nuvem sofre uma violação de segurança, isso afetará todo mundo e a chance disso acontecer é muito grande. A nuvem pública não é personalizada: não foi pensada especificamente para aquele cliente, mas para atender de uma forma global. Então, isso é muito importante: o pessoal precisa ter essa consciência no momento da escolha. Imagine uma instituição pública ou financeira – cada qual com seus níveis de segurança requeridos – como vai poder confiar? Isso tudo precisa ser considerado. Não adianta o provedor ser certificado. É preciso contar com um especialista, um arquiteto desenhando a solução de ponta a ponta considerando exatamente isso. Quem me garante a segurança do acesso físico ao data hall em um provedor público, por exemplo? Eu não estou vendo, vou ter de confiar apenas, por serem certificadas ou serem provedores de renome. Mas já vimos isso acontecer com essas grandes empresas também.

**Chicaroni:** Este é outro ponto importante. Em um provedor público, os especialistas estão atendendo mais um X número de outros clientes. Ou seja, você é mais um na fila, com um número de priorização e ele não será elevado se quem estiver acima for maior do que você. Estes são fatores que precisam ser levados em consideração na hora de decidir quanto a nuvem pública ou privada e, no meu ponto de vista, a segunda opção sempre sairá ganhando. Não tem como.

**Fabiano:** Maravilha. Bem, para terminar, já que estamos caminhando para o final do podcast, quais setores econômicos e organizacionais se beneficiariam mais com a adoção da Cloud Privada?

**Dumard:** Fabiano, eu acho que hoje muitas organizações se perguntam se devem estruturar uma cloud privada ou pública. E como eles comentaram, é preciso se considerar diversos fatores como segurança e arquitetura.

Estar na cloud pública – mesmo que de um grande provedor – não significa estar seguro ou que se tenha todo o arcabouço necessário para garantir a sua infraestrutura. Diante de todos os benefícios da cloud privada, acho que **todos os setores e organizações se beneficiam da adoção deste modelo.**

Primeiro, porque traz toda essa questão da resiliência que comentamos ao longo deste podcast e a capacidade de trabalhar com recursos com escalabilidade mais rápida. Há uma quebra de paradigma de se trabalhar com uma infraestrutura dedicada e começa a estruturar a área de tecnologia de forma muito mais elástica, móvel, que permite trabalhar com sazonalidade de recursos com maior gestão sobre eles – para mensurar o custo de cada um deles ou destinado a determinado departamento ou área da empresa.

Os benefícios são esses: ter resiliência e mobilidade entre infraestruturas distintas – quando você já promoveu a *Cloudfication* –, além de ter essa escalabilidade com maior controle sobre os recursos e os investimentos sobre eles.

**Chicaroni:** Concordo com o Dumard. Acho que todo mundo tem como se beneficiar ao adotar uma cloud privada, mas sempre levando em consideração que tipo de serviço eu vou rodar nessa estrutura. Se estivermos falando de uma instituição que precisa muito de virtualização de desktop para fazer a entrega dele ao cliente ou colaborador remoto – ainda mais em tempos de pandemia –, é interessante você ter isso dentro de casa e sob o seu controle, gerenciando os seus próprios recursos. Faz todo sentido.

Isso coloca na discussão um leque gigantesco de instituições, desde pequenas empresas que têm soluções de desktop virtualizado – e não precisam ser as mais consagradas do mercado – até bancos, por exemplo, que fazem essa entrega ao cliente remoto. Porque você consegue ter mais segurança, consegue controlar melhor a sua máquina virtual de uma maneira mais eficiente. E isso, dentro de uma cloud privada, é o caminho.

**Leonardo:** Concordo, perfeito. É aquela questão que conversamos bastante, do controle do fluxo de dados: por onde vai passar, quem observa, quem tem acesso ao ambiente para eventuais suporte e manutenções, tudo isso precisa ser extremamente considerado. E eu tenho a convicção de que o modelo de nuvem privada é muito forte neste sentido. É isso, o pessoal precisa saber o que vai colocar (na nuvem), qual o tipo de negócio, a necessidade e, a partir daí, fazer toda a estruturação, toda a engenharia, considerando as características mais singulares de cada cliente. Este é o ponto “matador” da nuvem privada.

**Fabiano:** Muito bem. Senhores, infelizmente o tempo do podcast acabou, mas acredito que tenhamos conseguido tirar as dúvidas a respeito do modelo, suas aplicações e da necessidade de se entender o negócio antes de se definir que tipo de cloud vai se implementar. Acho que conseguimos cumprir a nossa missão de comunicar isso com este podcast.

Eu conversei aqui com **Carlos Eduardo Chicaroni,** Gerente de Soluções de Tecnologia na green4T; **Carlos Eduardo Dumard,** também Gerente de Soluções de Tecnologia na empresa; e **Leonardo Andrade,** Arquiteto de Infraestrutura de TI.

**Chicaroni,** foi um prazer mais uma vez, muito obrigado pela presença.

**Chicaroni:** O prazer foi meu, Fabiano, estamos às ordens aqui.

**Fabiano:** Dumard, hoje foi sem *backing vocal* como no outro podcast (risos), obrigado pela sua presença.

**Dumard:** Obrigado! Verdade, hoje foi sem, obrigado e um abraço a todos.

**Fabiano:** Leonardo, parabéns, grande estreia, espero contar com você mais vezes aqui no podcast, obrigado pela sua presença.

**Leonardo:** Eu que agradeço, satisfação, pode contar comigo sempre. Grande abraço a todos.

**Fabiano:** Muito legal, muito obrigado. Então é isso, convido você a continuar a acompanhar o nosso podcast e também outros conteúdos relevantes sobre a tecnologia da informação no blog INSIGHTS, no site da green4T.

Nós esperamos que tenha gostado desta edição. Muito obrigado e até o próximo programa!