*Por Marcio Martin, VP da green4T para América Latina
A transformação digital colocou o uso de dados no centro da estratégia das empresas. É a partir deles que as organizações mais modernas e bem-sucedidas identificam o perfil de potenciais clientes, traçam estratégias para alcançá-los, mapeiam possíveis parcerias, avaliam concorrentes e seus próprios diferenciais. Além disso, eles balizam também a construção de novos produtos e serviços, e orientam a sua comunicação.
De acordo com a Mckinsey, as vendas de empresas que exploram insights comportamentais de clientes gerados a partir da análise de dados chegam a ser 85% maiores que as de companhias que não o fazem. Analisada a margem bruta de lucro, a diferença alcança 25%.
Em empresas de tecnologia de ponta, a importância dos dados já vai muito além. Eles são usados não apenas para otimizar processos e dar suporte à tomada de decisões, mas são também fonte de receitas. O levantamento realizado pela plataforma de dados LSP Digital mostra que, apenas nas nove empresas mais valiosas do mundo, os ganhos com a monetização de dados somavam cerca de US$ 397 bilhões, em 2019. Em alguns casos, como os da Alphabet, do Facebook e da Tencent, superavam com folga os 70%.
Principais aspectos da estratégia data centered
- Infraestrutura e serviços gerenciados
Como consequência, a infraestrutura usada para armazenar os dados, processá-los, gerenciá-los e protegê-los tem adquirido uma importância vital. Sem uma arquitetura de data center adequada, fatores-chave para uma estratégia de negócios baseada em dados – como escalabilidade, disponibilidade e segurança – ficam comprometidos.
A atenção à escalabilidade é crucial para garantir que a infraestrutura da empresa se adeque rapidamente às flutuações da demanda, que costumam ocorrer com frequência em ambientes digitais. Para isso, podem ser usados data centers on premise, computação de borda ou nuvem. Vale ainda uma infraestrutura híbrida para escalar o parque tecnológico, otimizar o ambiente de TI e garantir o melhor desempenho e a sustentabilidade da operação.
A decisão final envolve considerações a respeito de projeção de demanda futura, disponibilidade de capital e consumo de energia, entre outros fatores. O fator principal a ser levado em conta é que a expansão seja feita de forma prática e sustentável – ambiental e economicamente.
É fundamental, também, que a empresa conte com a alta disponibilidade do ambiente de TI. Na prática, isso significa que é preciso garantir disponibilidade, sejam processos ou serviços, independente da situação. Para isso, redundância é fundamental. E não só dos equipamentos usados para armazenar e processar as informações, mas de toda a infraestrutura: links de dados, fontes de energia, equipamentos de refrigeração e sistemas de proteção contra incêndios, por exemplo.
Se ter uma infraestrutura adequada é essencial, da mesma maneira é muito importante pensar num conjunto de ações e medidas planejadas para elevar a eficiência e a disponibilidade dos data centers, avaliando a infraestrutura de TI instalada e as melhorias necessárias para aumentar a sua performance.
- Segurança
Ainda existem outros riscos envolvidos na operação e que precisam ser mitigados e, o principal deles, é o de ataques hacker. De acordo com estudo da Cybersecurity Ventures, os cibercrimes tendem a crescer num ritmo anual de 15%, até 2025, quando os desvios anuais deverão alcançar globalmente a casa dos US$ 10,5 trilhões ao ano. Em 2016, a cada 40 segundos, em média, era registrado um ataque de sequestro de dados (ransomware) no mundo. No final de 2021, a frequência de golpes já havia aumentado para um a cada 11 segundos. E a perspectiva é de que o mundo chegará a um golpe a cada dois segundos, em 2031. Mas há, também, riscos humanos e físicos à infraestrutura que podem comprometer o funcionamento do negócio.
O problema tem feito com que a segurança seja considerada prioridade quando o assunto é arquitetura de data centers. A lista de medidas para reduzir os riscos incluem o uso de firewalls, buscas periódicas por brechas no sistema e por equipamentos antigos sem proteção adequada.
Há que se mencionar ainda o treinamento para que as equipes evitem o reaproveitamento de senhas, cliquem em mensagens suspeitas ou exponham informações pessoais que possam servir para a aplicação de outros golpes por cibercriminosos. Do ponto de vista físico, há medidas a serem tomadas tanto contra incêndios e catástrofes naturais, como para evitar o acesso não autorizado de pessoas estranhas.
- Especialidade crítica
Com a ascensão dos data centers e de todo o ambiente de TI a uma posição central nos negócios, cresceu também a essencialidade dos profissionais da área. Ter executivos com experiência e capacitações técnicas para dar suporte à uma estratégia de negócios data centered é considerado um diferencial competitivo importante.
Eles serão os responsáveis por adaptar as empresas às novas tendências apontadas pela Gartner para os próximos anos, como a democratização dos trabalhos de TI, cada vez mais executados por pessoas de outras áreas; a crescente falta de mão-de-obra especializada e a pressão por automação para a redução de custos, em diferentes áreas de negócios.
O que não tem perspectiva de mudar é a demanda crescente por dados e infraestrutura para usá-los de modo cada vez mais estratégico. Mais do que uma tendência para empresas, esses dois pilares tornaram-se premissas de negócio para as companhias que querem estar preparadas para as constantes mudanças do mercado.
Além desses três pilares essenciais para a adoção de uma estratégia data centered, é fundamental contar com empresas que garantam o monitoramento e a gestão (física e lógica) dos data centers. Sabemos que no dia a dia, as organizações precisam e devem focar no seu core business, por isso, ter um parceiro focado nessa especialidade garantirá que a estratégia data centered avance de maneira eficaz.