A busca pela eficiência

Como a indústria do TI pode contribuir para um mundo mais sustentável.

A busca pela eficiência

Produzir mais com menos – a chamada **eficiência** – é a meta de qualquer empresa ou organização no mundo atual. Não somente por conta dos benefícios óbvios decorrentes desta prática, mas também por atender a uma das agendas mais importantes deste século: a da sustentabilidade.

**A pauta é relevante e mira o futuro das gerações.** Basta assistir ao noticiário para se ter uma dimensão real do problema que se agrava. As mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global – resultado do modo de vida que abraçamos desde a primeira Revolução Industrial, em 1850 – têm gerado fenômenos meteorológicos inéditos em diversas regiões do planeta. São secas, tempestades e tornados que causam [**desastres naturais**](https://bit.ly/2IbdLf0) com impactos extremos na economia dos países, colocando em risco o amanhã de seus habitantes.

Para mitigar isso, a alternativa seria mudar o jeito de viver da sociedade moderna – sabidamente um processo complexo e de longo prazo. Outra estratégia seria **modificar a maneira como produzimos as coisas** de que acreditamos precisar tanto para viver. É neste ponto que a busca pela **eficiência produtiva** se torna fundamental.

Agricultura 4.0, economia digital, [**5G**](https://bit.ly/3p0aIYd), a internet das coisas, toda uma revolução tecnológica que tem moldado a forma de viver das pessoas e tornado os processos produtivos mais eficientes e menos traumáticos ao planeta.

A atuação da [**tecnologia no agronegócio**](https://bit.ly/2TBaRmm), por exemplo, mostra como a inovação se revela a chave para potencializar a produção de alimentos sem causar uma devastação desnecessária do meio ambiente. Em outros setores da economia, o fenômeno é semelhante: a indústria e o setor de serviços, cada vez mais digitalizados e online, registram ganhos de produtividade altíssimos – graças a acelerada [**Transformação Digital**](https://spoti.fi/3p1xI8Z) -, com índices de emissão de gases poluentes em escala substancialmente menores.

O papel do TI

A pandemia impulsionou a digitalização das empresas. Milhares delas, em todo o mundo, tiveram de migrar para o ambiente digital para reencontrarem os seus clientes. Um dos reflexos dessa mudança de ambiente – do físico para o online – é a explosão na geração de dados.

Segundo pesquisa do instituto International Data Center (IDC), publicada em maio, apenas nos primeiros cinco meses do ano **o mundo gerou 59 zettabytes de dados.** Isso representa o dobro de todo o ano de 2018 e 20% a mais do que a previsão do próprio IDC para 2020.

Para dar conta deste cenário e do que está porvir, **a indústria do TI precisa estar preparada para assumir um protagonismo inédito**. O seu papel será dar eficiência ao processamento de dados a fim de evitar que os efeitos positivos da **Transformação Digital** não se tornem um problema por conta do consumo de energia demandado para suportar tantas máquinas funcionando ao mesmo tempo.

O raciocínio é linear: mais dados gerados carecem de mais infraestruturas de processamento. Estas, por sua vez, necessitam de volumes cada vez maiores de energia elétrica para cumprirem as suas funções. E garantir essa disponibilidade energética pode custar muito caro à empresa e ao planeta.

Portanto, determinar onde, como e quando realizar a implantação de uma infraestrutura de processamento de dados ou um retrofit de estruturas já existentes (chamadas de legado) – em prol de um menor impacto ambiental possível – é a missão principal do TI a partir de agora.

O desafio energético

Esta visão ambiental aliada ao papel do TI cria uma meta bastante clara: **como obter um processamento de alta performance e capacidade com baixo consumo de energia?**

Neste sentido, o primeiro passo é entender a **eficiência energética dos data centers**. Este índice é medido pelo **PUE (Power Usage Effectiveness)**, um cálculo que evidencia por meio de uma escala de 1,0 a 3,0, a eficiência da infraestrutura.

A relação entre a energia elétrica consumida para o funcionamento dos equipamentos computacionais e aquela usada por toda a infraestrutura indica a qualidade do PUE. Quanto mais próximo de 1,0 for o resultado desta equação, mais eficiente será avaliado o data center.

Um estudo realizado pelo **Uptime Institute** em 2019, **verificou que o PUE médio global ficou em 1,67**. Sete anos antes, o mesmo instituto constatou média de 2,5. A tendência é de queda, que pode se acentuar ainda mais nos próximos anos por uma questão geográfica.

Conforme sugere o estudo **Global Energy Interconnection**, publicado pelo instituto chinês KeAi, há uma tendência crescente no setor em explorar a chamada zona chamada Pan-Ártico com vistas a instalar complexos de processamento. Assim, o norte da Europa, a Groelândia e a Sibéria se tornaram locais de grande interesse das companhias simplesmente por serem gelados. Sim, o clima influi: as temperaturas externas baixas ajudam a resfriar mecanicamente os equipamentos do data center – ao insuflar o ar de fora para dentro das salas em um método chamado free cooling. Isso representa uma enorme economia da energia que seria consumida com sistemas de ar condicionado, por exemplo, caso os data centers estivessem em regiões de latitudes mais próximas ao Equador.

Boas práticas

A despeito de onde será instalada a infraestrutura de processamento, obter dela alta produtividade com consumo energético reduzido exige a implementação de um repertório de boas práticas.

As oportunidades para este ganho de eficiência se encontram nos **sistemas de refrigeração** – responsáveis por cerca de 40% a 50% do gasto energético de um data center – e na **camada dos servidores**. Estas melhorias podem ser feitas em duas verticais: no **fluxo de ar** e na **tecnologia de resfriamento**.

No primeiro aspecto, a **separação de corredores de ar quente e frio** contribui para uma melhor climatização do ambiente. Esta segregação de áreas térmicas dentro do espaço confere maior precisão ao trabalho exercido pelo sistema de ar condicionado, evitando o superdimensionamento ou o desperdício da sua capacidade de refrigeração.

No âmbito da **tecnologia de resfriamento**, este ganho pode ser obtido por intermédio de melhorias e de aperfeiçoamento diversos: das condições dos quadros e painéis elétricos; na eficiência do UPS e dos geradores e circuitos; no piso elevado; nos corredores de racks e até no layout do ambiente.

Já o ganho de eficiência energética na **camada dos servidores** pode ser obtido por meio de aprimoramentos na arquitetura de processamento e de conectividade. Cerca de 20% a 30% dos data centers no mundo são subutilizados, e a otimização desta camada pode gerar uma **redução no consumo de energia de até 20%**.

Com todas estas intervenções no sistema de refrigeração e na atuação dos servidores – seja a partir de um projeto novo ou em um retrofit -, é possível, então, atingir-se **uma redução de até 60% no gasto energético do data center**

Dessa forma, além do benefício financeiro direto, evidenciado no caixa da empresa, um [**TI eficiente e de alta performance**](https://bit.ly/2Ibvwv7) cumpre ainda o seu papel na **construção de um mundo mais sustentável**.

Dentro de uma visão mais ampla e holística, é vital que se compreenda a responsabilidade de cada um neste processo. Promover a coexistência pacífica entre a diversidade de interesses e a preservação do bem-estar coletivo – bem como o futuro das próximas gerações – passa a ser fundamental. Ser sustentável, portanto, **é um inspirador propósito** para todos aqueles que prezam pela perpetuação dos negócios e também do planeta.