Uma campanha green4T: Painel para todos

A green4T oferece o painel Trancity de forma 100% gratuita para todas as capitais brasileiras e ao Distrito Federal até março de 2021.

Uma campanha green4T: Painel para todos

1. A pandemia e as novas dinâmicas

Desde dezembro de 2019, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera ter sido registrado o primeiro caso de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, o mundo se viu em um estado disruptivo. Países inteiros se colocaram em confinamento, fronteiras se fecharam. Relações sociais e de trabalho se transfiguraram. E, pelo caráter altamente transmissível da doença, as regras de convivência tiveram de se alterar profundamente. Saiba como a campanha Painel para todos da green4T pode ajudar neste desafio.

A transmissão da Covid-19 se dá pelo contato próximo com pessoas infectadas. O toque das mãos é o principal veículo para o novo coronavírus, mas gotículas como as da fala, da tosse e do espirro são altamente contagiosas, assim como o toque em superfícies contaminadas. Além disso, indivíduos infectados, mas assintomáticos, também podem transmitir a doença. Com um poder de transmissão tão intenso, as medidas de prevenção devem ser adotadas por todos os cidadãos, sem exceções, e devem ser rigorosas. O distanciamento social é uma das principais delas.

Não é possível prever, com precisão, quanto tempo a ciência levará para encontrar um tratamento e uma vacina eficazes contra a Covid-19. Um estudo da Universidade de Harvard, publicado em abril deste ano, chega a apontar a necessidade de quarentenas intermitentes até 2022 para a contenção do vírus. Até lá, enquanto não for seguro retomar as atividades em sua totalidade, as aglomerações terão de ser evitadas; grupos de risco, protegidos; ações preventivas deverão ser tomadas.

Esse cenário impõe uma necessidade de rápida leitura das novas situações e uma capacidade de adaptação ágil e eficiente a elas. Nas duas pontas, da análise e da resposta, a tecnologia tem um papel essencial e indispensável. As decisões de gestores públicos precisarão, mais do que nunca, estar embasadas em dados coletados com rigor e analisados com inteligência. É no que a green4T, líder em soluções de tecnologia e infraestrutura digital no Brasil e na América Latina, acredita. E é o que a Scipopulis, uma empresa green4T, dedicada à soluções inovadoras para cidades inteligentes – e especializada em tecnologias para a mobilidade urbana –, pode oferecer através da plataforma Trancity, no âmbito do transporte público.

A green4T entende que é parte de sua função social assistir gestores públicos neste momento tão delicado de enfrentamento da pandemia. Assim, teve a iniciativa de criar a campanha Painel para Todos, em que fornece às prefeituras das 26 capitais estaduais e ao Distrito Federal, gratuitamente até março de 2021, o serviço Trancity. Ao longo desses meses, os gestores públicos poderão extrair, com o uso da plataforma, inteligência para traçar planos de como lidar com a oscilação de oferta do transporte público, ajudando a preservar a saúde e a integridade do cidadão.

2. Impactos da pandemia no transporte público

A relevância do transporte público no funcionamento de uma cidade é facilmente perceptível. Falhas pontuais ou sistêmicas na prestação deste tipo de serviço à população causam intensos descontentamentos sociais, como aqueles vistos nas manifestações do ano de 2013 em relação ao preço das passagens e a qualidade do transporte. Quando se trata de uma cidade de porte médio para cima, é inconcebível que não haja um sistema com algum nível de eficiência para transportar pessoas em larga escala. Numa metrópole, o caos se instala se há um gargalo importante nesse fluxo.

Não à toa, o transporte público é, desde 2015, considerado direito social básico pela Constituição Federal. E, na pandemia, foi considerado serviço essencial pelo Decreto 10.282 de março de 2020. Ou seja, o transporte público não pode ser interrompido. Com tamanha importância na dinâmica de uma cidade, é natural que este serviço seja também uma das áreas mais diretamente afetadas pela nova realidade.

Em 29 de Abril de 2020, o ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control) publicou um documento técnico para autoridades públicas da União Européia com uma série de recomendações para a gestão do transporte público neste período de combate à pandemia. Este documento reconhece dois principais riscos relacionados ao Covid-19 no contexto da mobilidade pública:

1) Aglomerações no transporte público aumentam o risco de transmissão direta do Covid-19 através da absorção de gotículas respiratórias e de transmissão indireta pelo contato com superfícies contaminadas; e

2) Operadores e trabalhadores da malha de transporte público estão sujeitos a riscos de contaminação, com consequências diretas à saúde destes trabalhadores e à disponibilidade dos serviços durante o período de convalescência dos mesmos.

2.1 A queda imediata de público e os prejuízos

Para se ter uma dimensão do fluxo de pessoas em cidades brasileiras, um relatório da Associação Nacional de Transportes Públicos, realizado em 2017 nas 533 cidades com mais de 60 mil habitantes avaliadas do Brasil, revelou que este meio de locomoção corresponde a:

Nesse contexto, o ônibus é o modal preponderante, com sobra. Uma outra pesquisa, da Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU), atualizada em março deste ano, mostra que:

A própria relevância do transporte público é o que o coloca em xeque na pandemia. Por ter de mover um número elevado de cidadãos de um ponto a outro (e por problemas estruturais das cidades brasileiras), os modais são focos constantes de aglomeração. Conforme o isolamento social foi sendo adotado e empresas determinaram home office para parte relevante de seus quadros, houve uma redução dramática no número de passageiros circulando.

A NTU fez um levantamento sobre os impactos da pandemia no transporte público por ônibus entre os dias 16 de março e 15 de abril. Na média, a entidade estima que:

2.2 As novas demandas e a alternância de modelos

O transporte público é, antes de tudo, essencial. Assim, parte dos cidadãos que precisaram continuar se locomovendo nas cidades, permaneceram recorrendo aos modais coletivos. Com a redução de oferta na frota, as aglomerações acabaram acontecendo de qualquer maneira. Por outro lado, um documento do Centro de Estudos em Regulação de Infraestrutura, da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ceri), sugere que a ocupação dos veículos de transporte público em tempos de pandemia não passe de 50%. Com a retomada gradual das atividades, manter esse índice se torna ainda mais crítico.

Os operadores de linhas de ônibus e os gestores públicos se veem, então, num dilema: a demanda caiu, a receita caiu, nós reduzimos os veículos em circulação, mas precisamos assegurar que os que seguem circulando não estarão superlotados, para garantir a segurança de passageiros e funcionários. Como fazer esse cálculo?

E mais. Como fazer esse cálculo em curtos períodos de tempo, em que as circunstâncias de isolamento social mudam e se flexibilizam? Até a pandemia, uma cidade gigantesca como São Paulo, por exemplo, definia rotas de linhas e volume de frota a partir da pesquisa de Origem e Destino, realizada a cada dez anos. Agora, a retração e o aumento da demanda por ônibus deve se alternar em intervalos muito mais curtos, conforme entramos e saímos de fases de maior ou menor isolamento social.

Com os objetivos de prevenir a propagação da doença, mas manter os serviços essenciais de transporte público e de gerenciar os impactos na mão-de-obra e na condição econômica das operadoras e dos cofres públicos, a iniciativa privada e os operadores de transporte e gestores públicos precisarão atuar juntos para enfrentar essa situação com responsabilidade e inteligência.

3. Transformação digital na gestão de cidades

Dando alguns passos atrás, para o mundo pré-Covid, já se fazia urgente e necessária a aplicação da tecnologia e da inteligência na extração e análise de dados na gestão das cidades. A ideia de que uma cidade possa ser inteligente começou a ser aventada nos meios acadêmico e corporativo na década de 1990. Desde então, com a frenética transformação digital da sociedade, esse conceito de cidade inteligente passou a ser uma meta obrigatória de gestão moderna, eficiente e inclusiva.

O Banco Mundial tem duas definições para o que torna uma cidade inteligente. A primeira: uma cidade com intensidade tecnológica, sensores espalhados e serviços públicos de altíssima qualidade graças à informação coletada em tempo real por milhares de aparelhos interconectados. E a segunda, “uma cidade que cultiva uma relação melhor entre cidadãos e governantes, alavancada por tecnologia. Gestores usam o retorno dos cidadãos para melhorar os seus serviços, criando mecanismos para colher essas informações”.

Os dois conceitos não são, de forma alguma, excludentes. E os pontos em comum entre eles são a tecnologia, os serviços públicos de qualidade e a troca eficiente e produtiva de informações. Essas são as premissas básicas de qualquer instrumento de gestão de uma cidade inteligente. Estando o transporte público no centro dessa equação, é fundamental que essas premissas também estejam presentes ao se buscar formas de organizar os fluxos de pessoas.

Planejar e gerenciar a mobilidade urbana de uma cidade inteligente é, entre outras coisas, buscar modelos eficientes que permitam o transporte de grandes massas populacionais com conforto e segurança, enquanto se reduzem custos e a emissão de poluentes.

Já vemos resultados disso em aplicativos que conseguem prever o horário da chegada de um ônibus ao ponto de parada; que mostram o trânsito em tempo real em uma determinada rota; que permitem que usuários compartilhem carros e bicicletas. Também nos radares, na leitura automatizada de placas dos veículos, na bilhetagem eletrônica. Na perspectiva macro de gerenciamento dos coletivos da cidade, a plataforma Trancity recorre a dados, métricas e indicadores para fornecer essa visão abrangente da malha nas cidades.

4. Trancity

A plataforma desenvolvida pela Scipopulis, uma empresa green4T, coleta e integra dados sobre os trajetos e posição de veículos, o volume deles em circulação, os pontos de gargalo, as oscilações de demanda – tudo em tempo real. As fontes desses dados são:

– o GTFS, acrônimo de General Transit Feed Specification, formato global de padrão de troca de dados de transporte, incluindo dados de programação e geográficos, com informações estáticas sobre a rede de transportes de uma cidade. A partir dele é possível saber quais são os trajetos dos ônibus, onde se localizam os pontos de parada e qual a frequência de passagem de cada linha;
– números sobre bilhetagem, fornecidos pelos operadores;
– números sobre a frota, também advindos dos operadores;
– GPS.

Com ferramentas de análise de big data e machine learning, esses dados são processados em nuvem e transformados em insights sobre o serviço de ônibus da cidade, num painel com informações em tempo real disponibilizado para os gestores municipais.

Para esta campanha, o processamento em nuvem está sendo disponibilizado gratuitamente pela OMID Solutions, uma empresa brasileira de cloud computing que oferece poder computacional em arquitetura de última geração necessário para a análise destes dados e dispensando, portanto, qualquer investimento por parte das cidades em infraestrutura de TI.

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Cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte já usam e se beneficiam desta plataforma. Um exemplo prático de como ela melhora a gestão pública: em São Paulo, um estudo sobre a liberação do tráfego em uma faixa de uma movimentada avenida em determinados horários de pico – algo que levaria mais de um mês se fosse feito por órgãos do governo – foi realizado em questão de minutos pela plataforma.

5. Painel para Todos

Tendo desenvolvido uma plataforma que pode trazer um impacto imediato para milhões de usuários dos sistemas públicos de transportes viários municipais, a Scipopulis e a green4T não poderiam se abster de se apresentar para ajudar os gestores das capitais brasileiras num momento tão delicado e decisivo para todos. Com esta campanha, proporcionamos o uso da ferramenta de maneira gratuita, sem qualquer ônus ou necessidade de investimentos em infraestrutura, para as 26 capitais e o Distrito Federal gratuitamente até março de 2021 – ou seja, até 3 meses após o período de calamidade instituído em função do combate à pandemia do coronavírus.

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transporte coletivo ao longo da pandemia, conforme a demanda se alterne entre os momentos de isolamento e de abertura gradual. A consequência é que, assim, os gestores e operadores possam buscar um equilíbrio operacional e financeiro, melhorando a qualidade do serviço oferecido aos cidadãos em tempos tão volúveis, diminuindo situações de aglomerações e possibilitando um uso mais eficiente das rotas e malhas viárias.

6. Nossa visão de futuro

Com esta parceria junto às capitais brasileiras e seus gestores, pretendemos avançar a agenda nacional de transformação digital de nossas cidades. Nossa visão é contribuir para a melhora da gestão pública através do uso inteligente da tecnologia, tornando a mobilidade urbana mais sustentável, com menos nós e maior qualidade.

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Esse esforço é coletivo. Exige a mudança de premissas sobre o que se espera de um sistema de transporte, de uma cidade, de uma sociedade. Uma pandemia tão disruptiva abre caminhos para esse nível profundo de transformação. E isso só se alcança ao se inserir tecnologia de ponta na capacidade e na análise de dados, integrando o transporte com as outras áreas de gestão das cidades, para que elas sejam, cada vez mais, inteligentes.