Infraestrutura Digital e aplicações críticas – Episódio especial – 01

O futuro da infraestrutura digital, aplicações críticas e o impacto nas empresas, este é o tema da série “Infraestrutura Digital e Aplicações Críticas”, apresentado por Edelvicio Junior, professor convidado da Fundação Dom Cabral, com a participação especial do pesquisador e empreendedor Renato Cavalcante. A primeira entrevista da série de três episódios aborda o impacto das redes 5G nas organizações.

Infraestrutura Digital e aplicações críticas – Episódio especial – 01

Edelvicio Junior:

Olá, seja muito bem-vindo, seja muito bem-vinda, a mais um episódio do podcast greenTALKS. Eu sou de Edelvicio Junior, sou engenheiro eletrônico, Analista de Inovação industrial da EMBRAPII e sou professor convidado da Fundação Dom Cabral, onde atuo em temas relacionados com inovação, digitalização e transformação digital. Sou colunista do Portal e de Fórum da IT Mídia em temas relacionados com a transformação digital e inovação e também sou membro do Comitê de Avaliação do Prêmio das 100 Empresas Mais Inovadoras do Brasil nas últimas três edições, organizado pela IT Mídia.

Lembrando que você pode encontrar esse conteúdo aqui no Spotify, no YouTube, em nosso blog Insights e em todas as nossas mídias sociais. Eu estou no greenTALKS da green4T e vou conduzir uma série de entrevistas com especialistas que irão abordar o futuro da infraestrutura digital e de aplicações críticas e do impacto nas empresas. Nosso primeiro episódio da série Infraestrutura Digital e Aplicações Críticas nas empresas . Nosso primeiro episódio será com o pesquisador e empreendedor Renato Cavalcante, que irá falar sobre impacto das redes 5G nas organizações.

O Renato Luiz Garrido Cavalcante recebeu o título de Engenharia Eletrônica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica pelo ITA, é mestre e PhD em Comunicações e Sistemas Integrados do Instituto de Tecnologia de Tóquio e atualmente está à frente do grupo de Otimização e Aprendizagem para Comunicações no Instituto Fraunhofer de Berlim, na Alemanha, e é professor na Universidade Técnica de Berlim.

Ele também cofundador da AirPlus, uma empresa especializada em OpenRun e soluções de rede de campos. O currículo é extenso, Renato, mas muito obrigado, Renato. Seja muito bem-vindo ao nosso podcast greenTALKS. Primeiro, obrigado pelo por você ter aceitado o convite. Eu queria que você descrevesse um pouco um brasileiro que está há tantos anos na Alemanha: a sua trajetória, o que você tem feito para que as pessoas conheçam um pouco do teu background e, claro, da sua experiência.

Renato Cavalcante:

Primeiramente, agradeço o convite. Então, falando como você mostrou, eu me formei no ITA do Brasil e estudei Engenharia eletrônica no Japão, a parte mais teórica de muita matemática e otimização. Trabalhei também na Universidade de Edimburgo na Escócia, na Universidade de Software, na Inglaterra, e sempre foi bem teórico mesmo. Até que em 2011 eu terminei aqui em Fraunhofer (Alemanha), onde nós temos um grupo forte de pesquisa, de sistemas de comunicação sem fio.

Atualmente fazemos muita pesquisa na área de 6G, normalmente quando a tecnologia 5G algum dia está sendo comercializado, nós estamos já pesquisando as tecnologias do futuro e é praticamente o nosso grupo, atualmente, praticamente só foca em tecnologias de pesquisa para sistemas 6G. E quando eu estava aqui na Alemanha com meus colegas, tivemos várias ideias de montar uma empresa e atualmente temos uma empresa que vendemos e tentamos fazer equipamentos e openRun na parte de opções de software livre para vendermos empresas e para faculdades, para que eles implementem, que tenham mais controle sobre o que está sendo colocado na infraestrutura das empresas.

Edelvicio Junior:

Bom, excelente. Muito obrigado. A gente está vivendo no mundo e no Brasil não é diferente, a implantação das redes 5G, alguns países mais avançados, outros países menos avançados. A gente iniciou efetivamente pelas capitais e grandes cidades. Estamos no cronograma de implantação da rede 5G no Brasil. Que impacto você vislumbra que as redes 5G terá nas empresas? A gente vai ver pela abundância enorme. Quais são os principais impactos que você vê que a estrutura 5G vai trazer para as empresas?

Renato Cavalcante:

Bom, eu gosto de colocar em perspectiva em relação ao que aconteceu nas redes de quarta geração. Nas redes de quarta geração, foi muito ao redor do celular, então nós tivemos aquelas nuvens da Google, da Apple, que praticamente são as duas maiores que tinham. É tudo feito em redor do celular e com a quebra de paradigma das redes de 5G, foi justamente ir além dos celulares.

A parte de sensores para que conecte várias máquinas, para ter também milhões de objetos conectados em um quilômetro, e com essa mudança de paradigma, de tirar o foco do celular e ter mais aplicações, isso foi e está sendo uma das nossas principais mudanças na parte de telefonia e com isso abriu a porta para ter muitas aplicações indústrias.

Por exemplo, se você precisa ter mais segurança ou então precisar ter algo mais que você realmente tem controle sobre os dados de onde que estão sendo gravados. Somente com a tecnologia 5G pode ser feito e quais as empresas que estão que estão se beneficiando disso? Eu acho que ainda está cedo. Boa parte disso ainda está sendo adotado por empresas, mas eu acredito que na parte de agricultura e principalmente no Brasil, é uma área importante.

E também aqui na Alemanha, na parte das empresas e das fábricas, porque atualmente, se você colocar cabos para conectar sensores e máquinas, fica muito caro. Pode ser perigoso até para as pessoas que andam lá nas fábricas. Então, o modo de colocar sensor em tudo e fazer manutenção preventiva com a parte de processamento de dados massivo é usar a parte da infraestrutura 5G.

Então são várias aplicações e talvez medicina também seja uma área que seja bem forte. Na parte também de por exemplo, de estádios, ou seja, você fornecer o serviço para as pessoas que no estágio, que essa abertura está de algum jogador aponta o celular para a pessoa vai receber todas as informações e com isso eu acho que isso ai está bem dinâmico no cenário atualmente e os usos estão vindo agora que assim que a tecnologia começa a se tornar disponível para os usuários de 5G.

Edelvicio Junior:

Legal, excelente. A gente está no Brasil vivendo uma posição, onde boa parte das implementações – tirando as capitais –, começa no stand-alone. Depois elas migram para stand-alone, onde você vai ter o maior potencial do 5G. Mas um dos grandes avanços até para boa parte das aplicações que você comentou, é o 5G na borda do objeto, ele vai fazer uma evolução acima e já existe, já iniciam se projetos 5G na borda.

E uma grande característica geralmente 5G na borda é que você tem uma ampliação da descentralização da infraestrutura de dados: você começa a distribuir a infraestrutura de dados, seja o armazenamento, seja para próprios dispositivos. E então, nessa implementação de borda, quais são os fatores críticos que você vislumbra para a implementação dessa infraestrutura descentralizada que a gente viveu muito tempo essa estrutura, boa parte dela centralizada.

Agora, o 5G na borda permite que você centralize a estrutura de dados. E como é que você vê a convivência ne estrutura descentralizada, com a estrutura centralizada (o armazenamento centralizado na nuvem)?

Renato Cavalcante:

Então, como eu como falei, eu acho que a parte da 5G sem a parte de Edge Computing, vai ser só um 4G mais rápido, o que não foi um dos motivos para desenvolvimento do 5G. Nós só vamos ver o benefício do 5G quando realmente houver essa descentralização e isso vai depender muito das aplicações. E até do que se trata de Edge Computing,

É muito relativo, porque pode ser qualquer coisa. O Edge Computing pode ser um carro, por exemplo, você colocar algo próximo do meu carro pode ser algo mais de uma rede privativa. Se uma empresa tiver, quiser colocar, por exemplo, toda a parte de manutenção e análise de dados on-premises, você pode fazer isso também. Ou então você pode também ter uma cidade ou um país até, porque para o Google para uma empresa global ter data center no país, isso também pode ser uma parte de Edge Computing, mas é como eu falei: isso vai depender muito das aplicações que você precisa, que você tenha.

A partir de baixa latência vai ser fundamental. Game, por exemplo, nessa parte de jogos, as empresas têm uma potência muito baixa, e sem ter essa descentralização vai ser difícil você ter uma latência baixa de 100 milissegundos. E o que não é o suficiente para, por exemplo, várias aplicações onde você precisa ter a certeza de que os dados vão ser atingidos em alguma máquina em alguns milissegundos, ou então aplicações físicas, como telemedicina, por exemplo.

Então, essa parte de descentralização que a descentralização é tentar fazer a consulta de dados em várias camadas, por exemplo, um local, uma cidade no país vai depender da aplicação e as empresas vão ter que analisar o que elas fazem e adaptar com essas camadas livres de camadas de conteúdos diferentes.

Edelvicio Junior:

Como é que está? Em alguns países do mundo com operadoras já iniciam a implantação dessas redes 5G e na boa, como é que está hoje o estágio na Europa, principalmente dessas implementações? Elas estão na fase de teste? Elas já estão no comercial? Como é que você vê a produção dessa estrutura pelas operadoras na oferta de serviços?

Renato Cavalcante:

Eu acho que a oferta de serviços está começando muito ainda, porque alguma das tecnologias de 5G que foram prometidas, por exemplo, a parte de web, que são frequências em torno de 20, também arranjos de redes, uma rede de antenas massivas, não estão sendo atualmente completamente usadas como deveriam ser.

Então as empresas – especialmente na Alemanha – o que eu vejo aqui é muito as produtoras querendo colocar sensores em tudo e isso eles estão querendo colocar isso aí. Mas eu acho que mesmo na Europa, o potencial ainda está muito alto. O que pode ser feito e o que temos atualmente, é uma espécie de gancho. Mas eu acredito que com o passar dos anos, nos próximos dois, três anos, as empresas comecem a ver as vantagens do 5G na parte de manutenção preventiva, ao usarem sensoriamento remoto e começarem a aplicar já e começarem a usar mais efetivamente a tecnologia.

Edelvicio Junior:

A gente está, como eu falei – da implantação no Brasil da rede 5G –, muito se discute na literatura e já tem alguns projetos importantes ao redor do mundo, da importância das redes 5G privativos, inclusive no nosso até o modelo de lei do edital se prevê concessão para redes privativas. Na sua visão, que impacto efetivo esses retroativos terão para as corporações nos grandes projetos? E como que você vê o estágio da implantação de redes privativas não só na Europa como ao redor do mundo?

Renato Cavalcante:

Eu acho que vamos falar a parte política, na parte de política. Eu acho que a rede privativa é um dos modos de você quebrar que esse no monopólio da Nokia, Ericsson, vai, porque equipamentos não tem, porque você dá oportunidade para empresas, empresas pequenas atenderem a mercados, nichos que não seriam atendidos se fossem. Se você depender somente dessas grandes, mas grandes vendedores de cloud, de telefonia celular, isso já é algo que pode ter impacto para alguns países, como as empresas.

Eles podem ter no mercado atualmente e com isso, o que acontece com essas pequenas empresas? Elas podem endereçar esse nicho? Se você tem uma fábrica que produz a partir de um código de cultura do agronegócio, você precisa monitorar o gado. O que vai acontecer é o seguinte: aqui algumas empresas pequenas vão ver esse nicho de mercado e vão conseguir atender esse pequeno mercado e com isso, criar uma criatividade. Vamos falar assim: eles vão conseguir atividades econômicas, vão crescer para todas as empresas que vão ser mais e mais produtivas e ao redor disso vai criar toda uma cadeia de empresas para atender essas pessoas, esses nichos de mercado nos países.

Edelvicio Junior:

Falando um pouco sobre OpenRun que p uma área que é você um empreendedor e que se faz muita pesquisa e tem evoluído bastante os investimentos em OpenRun. Qual é o cenário que você vê hoje do status, da evolução do OpenRun, inclusive da adoção do OpenRun, e como é que você vê o futuro do OpenRun nos próximos anos como uma solução alternativa para as soluções proprietárias?

Renato Cavalcante:

Eu acho que OpenRun vai ser exatamente muito importante para essa parte de redes privativas, porque dá dessas pequenas empresas entrarem no mercado. Mas o que temos que ter cuidado atualmente é o seguinte: há várias operações que eram feitas por pequenos proprietários que começam a ser feitas por esse OpenRun. Então você pode misturar vários equipamentos de várias empresas para ter sua rede.

Isso é bom, pelo menos motivo o que eu falei, porque você abre oportunidade de pequenas empresas entrarem no mercado a endereçar em mercados e nichos, mas também tem que ter o cuidado de não deixar as grandes operadoras ou os vendedores tomarem conta de tudo desse mercado, porque o que um dos um dos que fazem algo que pode acontecer é que OpenRun fique importante.

Mas as grandes empresas vendem o conjunto inteiro, um pacote inteiro de infraestrutura e com isso vai praticamente vai matar o mercado das pequenas empresas. Então tem uma discussão muito grande atualmente, se realmente as pequenas empresas vão conseguir entrar nesse mercado, tomara que consiga porque é um dos motivos que eu entrei nisso, mas como eu falei, está sendo muito dinâmico o mercado atualmente e pode ser que aconteça que somente os grandes provedores atuais consigam oferecer pacotes completos e que fiquem barato suficiente para ser implementados pelos usuários, seja as empresas ou as empresas que vão ser usuários da tecnologia 5G. Mas nós estamos trabalhando atualmente. Inclusive há empresas na França tentando fazer tudo open source, e talvez isso seja uma oportunidade para a gente ou para pequenos empreendedores entrarem nesse mercado.

Edelvicio Junior:

E uma das coisas, um dos gaps que tiver que algo que você vai sofrer no Brasil não ter sido diferente é a carência de mão de obra qualificada, não só para implantar as redes 5G quanto para operar as oportunidades que essas redes oferecem. Envolvem aplicações de baixa latência e aplicações críticas sejam realizadas fora do mundo virtual, tecnologias imersivas ou qualquer outra aplicação. Como é que você vê isso? Já que você é um pesquisador e atua na área de ensino, como é que você vê esse cenário de formação de mão de obra qualificada para explorar o potencial que uma rede de baixa latência e alta velocidade ofereça como 5G? E quiçá depois o 5G? Como é que você vê essa carência e como suprir essa carência de mão de obra?

Renato Cavalcante:

Isso é uma pergunta que todo mundo quer responder. E atualmente ficou mais complicado ainda porque com essa com essa ideia de aprendizado de máquina, por exemplo, Google, a Microsoft em todas essas atividades, em relação a aprendizado de máquina de equipe, o que eu vejo também na Alemanha é que todos os alunos que nós temos estão indo para essa área de computação, na parte de aprendizado de máquina e com isso tem uma carência e está tendo uma carência gigante de pessoas voltadas para tecnologias de comunicação.

Eu vejo que há muitas oportunidades abertas de faculdades e também para gente. E nós não conseguimos supri-las. Então, o único modo que eu vejo é de tentar não só solucionar o problema, mas também amenizar é que tenha uma conexão muito grande entre as pessoas, as empresas, o Centro de Pesquisa das Universidades, e é algo que nós tentamos fazer aqui. Como eu dou aula na faculdade, eu tento atrair os alunos, motivá-los para fazer pesquisas na área de comunicação sem fio e trazê-los para trabalhar com a gente, né? E eu acho que é o único modo de tentar amenizar essa carência de mão de obra especializada e trazendo as universidades em pontos de formação bem próximo as faculdades, o centro de pesquisa e as empresas também.

Edelvicio Junior:

Eu fico feliz quando você diz isso, porque nesse momento no Brasil, a gente, a EMBRAPII, junto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, está conduzindo uma chamada pública para criar no Brasil o Centro de competências 5G e 6G e o Centro Competência em OpenRun, além de outras tecnologias imersivas, como segurança Cibernética, Hardware, mas especificamente, o objetivo do nosso projeto no Brasil, é exatamente esse, é atrair as empresas, formar mão de obra qualificada, desenvolver pesquisa, você fazer pesquisa, depois transpor esse conhecimento, seja na formação de mão de obra qualificada, na formação de empreendedores em todo o ambiente, estímulo à inovação aberta justamente para suprir essa deficiência que você coloca, que o mundo todo carece e a gente ter um ambiente no Brasil propício para criar esse hub de inovação, onde a gente vai gerar pesquisa, transpor conhecimento para a indústria, formar mão de obra qualificada e gerar empreendedores, inserir o Brasil no cenário internacional, na área de pesquisa nessas áreas.

Fico muito feliz por você dizer isso, mostra que nossa ação é uma ação que está extremamente alinhada com a necessidade mundial. Agora, falando um pouco de Brasil, quer dizer, não só Brasil. A gente está falando de 5G, mas no mundo, como um todo, a gente tá vivendo uma grande explosão digital, isso não é só no Brasil, grandes países, Estados Unidos, países europeus, por exemplo, tem um percentual enorme da população que não tem acesso à internet.

Então essas pessoas estão sendo excluídas, independente da infraestrutura, elas estão sendo excluídas. No Brasil, por exemplo, a gente teve a última pesquisa pelo IBGE e que a gente tinha a internet chegando apenas a 88% dos municípios brasileiros. Quando você vai para a área rural, você tem apenas 75%. Você tem um contingente enorme de pessoas, que quando tem acesso, nem sempre se acessa com uma excelente qualidade, né?

Então a gente está vivendo e implantando uma rede que a geração mais moderna e ao mesmo tempo convivendo com pessoas que, como cidadãos brasileiros em redor do mundo, que não tem acesso e na pandemia produziu as escolas públicas no Brasil tiveram um problema seríssimo que a expressiva maioria delas não tinham. Não podiam dar aula porque não tinham acesso à internet e os alunos, quando acessava, acessava o celular.

Então, hoje a gente convive hoje no Brasil e no mundo, com desafios diários. Edital de 5G no Brasil, prevê o recurso para diminuir essa exclusão digital. Mas isso é um problema que o Brasil e mundo vivem. Agora falando um pouco sobre a atividade, sua que você falou de pesquisa, ou seja, quando nós estamos falando no padrão do 6G que apresenta e vai ficar, porque a gente vai ter alguma coisa concreta em 2030.

Vocês hoje já fazem pesquisa com 6G. Eu queria que você dissesse um pouco para nós como está esse cenário de pesquisa. Como é que você vislumbra as grandes alterações que o 6G vai trazer para a gente? Como é que está o estágio do desenvolvimento dos padrões e como os projetos pilotos estão sendo feitos? Ou seja, como é que está hoje o 6G que impacta o 6G com 5G, que já vai ser um impacto enorme, com impacto maior ainda com o que o 6G vai nos trazer?

Renato Cavalcante:

Então, no momento nós temos só algumas tecnologias candidatas. Vamos falar assim, nós ainda não sabemos exatamente o que vai ser implantado, mas estamos fazendo análises para ver o que poderia ser diferente. Vamos falar de termos de timeline. . A parte de padronização de 6G talvez comece no release daqui a uns três anos. Isso também abre oportunidade para os pensadores brasileiros em tentar influenciar um pouco os padrões 5G e as tecnologias que atualmente estamos estudando, mas não sabemos se vão ser implantado mais. Acho que a maior diferença seria a parte de frequências acima de 100 giga hertz e com isso nós teremos uma banda gigantesca com muita comunicação de dados.

Mas temos vários problemas, por exemplo, definições de atenuação de sinal muito forte, mas nós estamos pesquisando se isso realmente poderia ser algo que possa ser implantado em 6G. Tem também a parte de superfícies refletoras inteligentes, porque atualmente o que nós temos são várias, são várias situações de rádio base. Então, para tentar transmitir para todos os celulares.

Mas às vezes você tem uma área que não tem sinal. Uma das tecnologias candidatas que está sendo manifestada pela academia na Europa é botar uma superfície coletora que reflete os sinais para chegar aonde você quiser. Mas isso, apesar de ser muito, muito pesquisado, os meus contatos com a indústria não estão muito otimistas em relação a esse tipo de pesquisa.

Agora, o que eu acho que realmente vai ser uma diferença brutal é se realmente funcionar, não sabemos. Tem vários problemas técnicos para ser resolvidos ainda e o que nós chamamos de. O que quer dizer isso? O que acontece atualmente é que nós temos uma estação, uma estação de base servindo vários usuários. Esse novo paradigma, o que vai acontecer é que nós teremos um usuário, com várias estações, rádio bases e com isso nós vamos conseguir dar uma cobertura muito maior, talvez com menor consumo de energia, porque essas rádios base podem ser mais simples ou teremos várias, várias delas em segundos ao redor de toda a cidade.

E também vamos aumentar o nível de serviço para todo mundo. Se você estiver correndo, não vai ter ninguém muito, muito longe de uma estação de rádio base. Tecnologias que eu acho que são bem promissoras, além de satélites que atualmente. Nós também estamos fazendo pesquisas para nós, digo, nós pesquisadores, mas também em comunicações satélites que vão usar aquilo que estarão mais baixo na superfície.

E os celulares terão comunicação direta com satélite. Com isso, também teremos uma abrangência completa na Terra. Para comunicação no nosso telefone celular.

Edelvicio Junior:

Excelente. Obrigado, Renato. Eu agradeço imensamente a oportunidade que você está nos dando de compartilhar essa larga experiência tua, inclusive trazer para nós o start das pesquisas que vocês estão conseguindo aí no 6G e muito obrigado mesmo. E eu espero que você que está escutando o nosso podcast, curta, curta nossas mídias sociais, divulgue e aguarde os próximos podcasts que a gente vai falar sobre outros temas muito interessante como esse.

Par que a gente possa criar um canal de comunicação e discussão sobre o impacto da tecnologia e parte das grandes utilidades e aplicações críticas nas corporações. Muito obrigado e até o próximo podcast.