O papel do Edge Computing na economia digital

Grande tendência na Indústria 4.0, processamento de dados localmente eleva performance em ambientes de missão crítica ao reduzir a latência, melhorar o desempenho da rede e diminuir os custos de armazenamento

O papel do Edge Computing na economia digital

Em um mercado em plena transformação digital, onde os dados têm feito parte de um número cada vez maior de negócios, utilizar as melhores ferramentas e soluções para gerar insights e atingir a melhor performance das atividades é crucial para se sobressair em relação à concorrência. Dentro dessa economia digital que se desenvolve, o volume de informações entre “as coisas” tem crescido exponencialmente, e as vantagens serão definidas por aqueles que souberem obter, analisar, processar e armazenar dados da maneira mais eficiente.

É neste cenário que o edge computing vem ganhando espaço rapidamente dentro das estratégias de negócios em diferentes indústrias por possibilitar o processamento de informações na borda. Dessa forma, ao realizar a análise de dados gerados por máquinas de alto desempenho localmente, obtêm-se redução da latência, melhora no desempenho geral da rede e diminui os custos de armazenamento gerando maior eficiência e performance às operações.

Um exemplo da aplicação dessa tecnologia é no setor de mineração. Como a maioria das atividades dessa indústria ocorre em locais remotos e áreas críticas, onde não há uma rede de internet robusta e confiável, o processamento, armazenamento e análise de dados localmente supera esse desafio para possibilitar a utilização de equipamentos inteligentes e conectados, como uma escavadeira autônoma.

Por essa característica de uso em locais remotos e ou distribuídos, é essencial que a implementação da computação de borda nos negócios seja acompanhada com serviços de manutenção preventiva, preditiva e corretiva em casos de urgência e prestados por empresas que tenham alta capilaridade de atendimento. Assim, se mantém a disponibilidade de toda a operação, evitando interrupções que possam prejudicar as atividades e os negócios da companhia.

Um exemplo desse tipo de serviço é o Ongoing, da green4T, que conta com o Centro de Excelência com atuação 24x7x365 e presença em 25 dos 27 estados brasileiros e Latam por meio de uma equipe com mais de 430 técnicos. Além disso, a empresa conta com estoque de reserva de peças que está distribuído estrategicamente em toda América Latina com objetivo de trazer agilidade para o atendimento.

Apesar dos diversos benefícios da computação de borda aos negócios, é preciso saber utilizá-la da melhor forma e tomar alguns cuidados para aproveitar as oportunidades geradas com essa tecnologia. Veja alguns pontos:

Distinção dos dados

  • Nem todas as informações precisam, necessariamente, ser processadas na borda. Ao especificar critérios, apenas os dados necessários são analisados localmente, enquanto os não-essenciais são enviados para um data center ou nuvem. Por exemplo, não há a necessidade de processar um dado próximo à fonte se essa informação será utilizada apenas posteriormente por um gerente de operações.

Edge não é data center

  • É preciso entender que a implantação de edge computing não elimina a necessidade de ter um data center ou cloud. Diferente da nuvem, a computação de borda foi projetada para processar grandes quantidades de dados em tempo real. É o que ocorre em um carro autônomo, que precisa navegar de maneira adequada e segura utilizando informações de radares, sensores, etc, onde são gerados cerca de 30 terabytes de dados em um único dia. Neste caso, o edge otimiza a leitura das informações e reduz a pressão sobre a rede.

Segurança é essencial

  • Por serem utilizadas muitas vezes em locais remotos e ambientes críticos, é preciso se preocupar com a segurança do edge com medidas de proteção tanto fisíca quanto cibernética. Instalação de sistemas para monitoramento remoto, controle de acesso aos espaços onde se encontram os gabinetes de TI e atualização de softwares para evitar a infaltração de malwares são ações fundamentais.

Tecnologia em alta

Além dos seus diferenciais e benefícios gerados às diferentes indústrias, o edge computing vem ganhando espaço na economia digital tendo como grande aliada a sua implantação com a Internet das Coisas (IoT) e, nos próximos anos, tende a se expandir ainda mais com a consolidação da rede 5G no mercado.

Segundo levantamento da Front & Sullivan, a previsão até o fim deste ano é que cerca de 90% das indústrias já tenham adotado o edge computing, tendo entre os principais fatores para sua adoção a coleta de dados responsiva, a forte segurança da informação e os custos mais baixos para as companhias.

Leia Mais: Edge Computing: solução ideal para o 5G?

Já a Grand View Research aponta que o mercado de Multiacesso Edge Computing (MEC) alcançará US$ 43,4 bilhões até 2027, e que 75% dos dados empresariais serão processados pela computação de borda até 2025. Esse crescimento da tecnologia no mercado está estritamente ligado à chegada do 5G, já que haverá uma expansão de dispositivos que precisam de processamento em tempo real, como em veículos autônomos e nas cidades inteligentes, e que dependem da velocidade do edge computing e da baixa latência do 5G.

Tendência entre as empresas

Não há dúvidas de que a chegada do 5G elevará as oportunidades no mercado devido aos diversos benefícios que essa tecnologia dará aos negócios das mais diversas indústrias. Segundo o estudo “Acelerando a Revolução Industrial 5G”, realizado pela Capgemini Research Institute, 51% das empresas planejam alavancar o 5G para oferecer novos produtos, e 60% pretendem oferecer novos serviços habilitados por este meio.

Mas o dado que chama mais a atenção desse levantamento é em relação ao papel do edge computing nessas iniciativas realizadas com o 5G. Dos executivos entrevistados, 64% disseram que irão adotar serviços de computação de borda com base na quinta geração da internet dentro dos próximos três anos.

Entre os motivos citados para o uso da tecnologia estão: aumento de desempenho, confiabilidade, segurança de dados e privacidade.

Lado a lado

Muitos podem pensar que o fato do edge computing processar dados localmente reduzirá o uso de data centers já que não haverá mais a necessidade de armazenamento das informações. Na verdade, o impacto da expansão da computação de borda no mercado será o inverso, onde os grandes centros de dados ganharão ainda mais importância e utilização devido ao maior uso da tecnologia.

Segundo avaliação de analistas, o mercado de data centers gira em torno de US$ 4,5 bilhões ao ano no Brasil, e a tendência é que ele cresça ainda mais devido à maior demanda que serão geradas pelo 5G e o edge computing.

A explicação para essa expansão é simples. Com a computação na borda, data centers menores como os Rack Edges ganharão espaço pela necessidade de processar e armazenar dados. Por sua vez, esses centros de dados menores precisarão se comunicar com data centers de grande escala, impulsionando assim o uso desses produtos.

Tecnologia mais verde

Devido a digitalização da nossa sociedade e a expansão da economia digital, cresce também a demanda pelo armazenamento e processamento das informações. Com esse cenário, a projeção para 2025 é que os grandes centros de dados – caracterizados pelo grande consumo de energia, elevada emissão de carbono e desperdício eletrônico – sejam responsáveis por cerca de 20% da energia consumida em todo o globo, sendo que atualmente esse índice gira em torno de 9%.

Já o edge computing é mais sustentável. Por usar e armazenar dados localmente, há uma redução significativa na quantidade de tráfego enviado para o data center, gerando enorme redução no uso de energia e emissões de carbono. Veja abaixo alguns fatores que fazem essa tecnologia ser mais verde.

  • Redução do tráfego de rede: com o edge computing, a quantidade de dados que passam pela rede é bem reduzida, diminuindo a largura de banda, ou seja, a quantidade de dados que é transferida em um determinado período. Ao processar os dados localmente, apenas as informações realmente necessárias são enviadas para o data center, como resultados, dados agregados, etc;
  • Maior eficiência: os recursos dos dispositivos utilizados na computação de borda são restritos e otimizados, gerando assim maior eficiência e, consequentemente, reduzindo o consumo de energia. Com a ampla utilização dessa tecnologia pela indústria, os ganhos são altamente significativos;
  • Uso do hardware existente: há na indústria muitos equipamentos que são subutilizados, muitos deles para computação complexa. E o edge computing permite que as empresas usem hardware e infraestruturas já existentes (retrofit) para aproveitar a computação já disponível.

Como se vê, o edge computing tende a ganhar cada vez mais espaço no mercado devido aos seus diversos benefícios e a expansão de tecnologias como Internet das Coisas (IoT) e 5G. Além de reduzir a latência, melhorar o desempenho geral da rede e diminuir os custos de armazenamento gerando maior eficiência e performance às operações, a computação na borda gera ainda um grande benefício às empresas por ser mais sustentável.

Em uma economia onde pequenas vantagens fazem toda a diferença frente à concorrência, o edge computing pode ser crucial para o sucesso dos negócios nas mais diversas indústrias.